Um dos conferencistas do XII Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa, que será promovido pela Associação Brasileira de Países de Língua Portuguesa (AFPLP), o Conselho Federal de Farmácia e os conselhos regionais de Farmácia do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, de 8 a 10 de novembro, em Gramado (RS), é autor do livro “Os segredos para uma vida longa”. O médico, palestrante e escritor gaúcho, Victor Sorrentino, possui uma clínica de cirurgia plástica em Porto Alegre (RS), e vem transformando o cenário da medicina preventiva e da longevidade saudável por meio da divulgação de dicas saudáveis nas redes sociais. Entre elas, o uso adequado da alimentação para se viver mais e melhor, prevenir e até curar doenças. De acordo com ele, cerca de 80% das doenças relacionadas ao envelhecimento são evitáveis.

Qual é o segredo para se viver mais e melhor?

Primeiramente dormir bem, fazer uma boa gestão do stress, e entender mais sobre a alimentação para procurar manter uma dieta personalizada, focada nas suas necessidades, além de praticar atividades físicas.

Do que se trata a “nutrigenômica”, que é tratada em seu livro?

É o papel do nutriente sendo um remédio natural em nosso corpo, ou seja, o poder que o alimento tem de expressar ou metilar um problema de saúde.

E qual a importância da nutrição na prevenção de doenças?

A alimentação tem um papel essencial na prevenção de doenças. O que comemos precisa ser bem absorvido e assimilado para ser bem aproveitado pelas várias partes do nosso corpo. Eu imagino o corpo humano como uma fábrica, que tem vários departamentos, e cada um deles precisa de diferentes nutrientes para funcionar bem.

Associar uma boa alimentação ao tratamento medicamentoso pode ser decisivo na cura de doenças?

A alimentação tem um papel crucial tanto na prevenção como no tratamento das doenças. Existem estudos que demonstram que pacientes em tratamentos de doenças graves, quando adotam uma alimentação adequada, com as calorias nutritivas necessárias ao bom funcionamento do corpo, a resposta é muito melhor.

Há risco do uso indiscriminado de medicamentos para a longevidade?

Definitivamente. Precisamos diferenciar pessoas que tem real necessidade de serem medicadas – o que também é importante – daquelas que podem ter a solução de um problema de saúde com um tratamento menos ofensivo. Mas a gente percebe que muitos pacientes usam medicamentos por iniciativa própria e isso tem consequências. As vezes essas consequências não aparecem de um dia para o outro, mas em longo prazo. E o risco é muito alto, pois a pessoa pode estar tentando resolver um sistema e comprometendo outro.
Qual a importância de manter o equilíbrio dos níveis hormonais do nosso corpo?

Para ter uma boa saúde, é fundamental manter um balance hormonal. Nossos hormônios se relacionam entre si e, com o passar do tempo, nós vamos perdendo a capacidade de produzir esses hormônios, o que acarreta problemas. Com bons hábitos consegue-se preservar essa capacidade. E esta é a primeira opção a se adotar: abandonar os maus hábitos. A segunda seria estimular a produção desses hormônios com fitoterápicos, vitaminas e sais minerais, aminoácidos, que em muitos casos modulam os hormônios.

O senhor é a favor da reposição hormonal?

Para quem tem necessidade de fato, a reposição hormonal traz muitos benefícios à saúde. Por isso, sou a favor nos casos em que ela realmente é necessária. Nesses casos, eu recomendo a reposição com izomoleculares ou bioidênticos, que simulam os hormônios naturais produzidos pelo corpo.

O que chama de “indústria da doença” no Brasil?

Faço uma crítica construtiva a isso. Acontece que é papel do profissional da saúde tentar ser o mais crítico possível em relação à indústria dos fármacos e, infelizmente, o que ocorre muitas vezes é de um profissional da saúde apenas seguir o que é recomendado pelos representantes comerciais da indústria. É claro que a indústria se beneficia da doença e isso não é nenhum crime, mas precisamos estar atentos para evitar os excessos. Apenas por meio de uma visão mais crítica diante da indústria poderemos resgatar a nossa autonomia como profissional da saúde e eliminar essa prática que pode prejudicar nossos pacientes.

 

 

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