O Sistema CFF/CRFs inicia nesta quarta-feira (4) e segue até segunda-feira (9) a veiculação na TV de uma campanha em defesa da saúde da população, da assistência farmacêutica integral e contra a venda de medicamentos fora das farmácias. Nas mídias sociais, a campanha será permanente.
Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional propõem a liberação da comercialização de medicamentos isentos de prescrição, os MIPs, em supermercados e estabelecimentos similares, como quitandas e hotéis, sob o pretexto de ampliar o acesso a esses medicamentos, que têm venda livre.
Mas embora não exijam receita médica, os MIPs não são isentos de riscos. As estatísticas do Datatox,  sistema usado por 17 dos 33 centros de notificação de casos de intoxicação no país apontam a ocorrência de *9 mil casos de intoxicação por MIPs em 10 estados, num período de quatro anos. Ou seja, considerando que o Brasil tem 27 unidades federativas, e que a maioria dos casos que chegam aos centros de intoxicação as notificações são aqueles que demandam socorro médico, esse número é bem maior! Metade das vítimas foram crianças pequenas.
ESSA NÃO É UMA QUESTÃO CORPORATIVA, MAS DE SAÚDE PÚBLICA
Ampliar o acesso aos medicamentos sem qualquer orientação sob o pretexto de que essa medida baixa custos é promover UMA ECONOMIA BURRA, que encarecerá ainda mais o custo da assistência à saúde pública no Brasil. Colocaremos alguns centavos nos bolsos dos brasileiros, para que eles se arrisquem a amenizar (por conta própria) uma dor ou mal estar, mas obrigaremos o SUS a despender bilhões de reais com atendimentos emergenciais e internações, e isso, a um custo social gigantesco, de dias perdidos de trabalho, sequelas e até mortes. Estimativas em um estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no ano de 2017 apontam para um gasto de R$ 60 bilhões anuais com a assistência às vítimas de danos causados por medicamentos.

O Brasil tem 85 mil farmácias e 220 mil farmacêuticos. Não há argumentação econômica, sanitária ou social que justifique a venda de medicamentos em supermercados e similares.

Fonte: CFF