A assessora da presidência do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Josélia Frade, apresentou, nessa quarta-feira (25), a palestra “Vacinação – problema de todos. Farmacêuticos podem fazer parte da solução?” em um dos simpósios do Congresso Mundial de Farmácia e Ciências Farmacêuticas da Federação Farmacêutica Internacional (FIP), que está sendo realizado de 22 a 26 de setembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

A apresentação de Josélia Frade mostrou o cenário dos serviços de vacinação no Brasil, as estratégias adotadas pelo CFF, em parceria com diversas instituições, para que o farmacêutico se tornasse vacinador no País, e detalhou exemplos de experiências na implantação desse serviço em farmácias e clínicas. A farmacêutica também abordou o modo como tem sido os processos de formação e a comunicação com a sociedade. “Acredito que tenha conseguido mostrar que os farmacêuticos brasileiros têm sido parte da solução nessa questão da cobertura vacinal”, diz a assessora do CFF.

Por meio de levantamento realizado sobre os serviços pioneiros no país, identificou-se a existência de, pelo menos, 12 clínicas de vacinação de propriedade de farmacêuticos e a implantação do serviço em 90 farmácias. Dentre os dados identificados, observou-se que, no primeiro trimestre de 2019, as redes de Farmácia associadas a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) administraram 18.218 doses (200 doses/dia) e, como ferramenta, tem utilizado o software Clinicar para registro dos atendimentos.

As principais vacinas administradas  foram Influenza (57.75%) e a Meningococica B (24.04%). Os registros do Clinicar apontam, ainda, que os farmacêuticos só não vacinaram 290 pessoas, por identificaram, durante a anmenese, que eles apresentavam alguma contraindicação. “Acredito que somente tivemos essa experiência para compartilhar porque, nos últimos anos, a profissão teve uma liderança forte e estratégias priorizadas bem definidas, em sinergia com outras entidades. Aproveito para agradecer a todos os colegas e entidades que forneceram dados para serem apresentados durante essa atividade e às pessoas que compartilharam”, finalizou Josélia.

Farmacêuticos na vacinação

Como o movimento contra a imunização é grande no Brasil e no mundo, as pessoas podem contar com farmacêuticos e farmácias como forças para se engajarem em campanhas educacionais em saúde, a fim de provar que os mitos estão errados e esclarecer a população sobre doenças evitáveis pela vacinação.

Dados do Ministério da Saúde do Brasil mostram que as taxas de cobertura vacinal diminuíram drasticamente entre adultos e idosos, o evidencia, mais uma vez, a importância da atuação dos farmacêuticos e das farmácias na luta para educar as pessoas sobre a importância da imunização para essas faixas etárias.

No Brasil, os farmacêuticos têm, há muitos anos, o direito legal e competência técnica para aplicar medicamentos injetáveis (anti-contraceptivos, vitaminas, anti-inflamatórios, hormônios, anti-coagulantes, insulina, etc). Essa experiência anterior foi importante no processo de expansão de atribuições de farmacêuticos, como prestação de serviçoes de imunização.

A imunização realizada por farmacêuticos nas farmácias, além de consolidar a prática clínica e estabelecer farmácias como pontos de atenção à saúde, mostra a importância dos farmacêuticos nas farmácias brasileiras, públicas e privadas.

De acordo com dados levantados pelo Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), quando as vacinas começaram a ser oferecidas nas farmácias, houve uma redução no preço das doses fornecidas por hospitais privados e clínicas de saúde. O estudo sobre os preços das vacinas oferecidas no setor privado e apontou que os pacientes podem encontrar vacinas mais baratas nas farmácias. O estudo está disponível no site do Idec.

Fonte: Comunicação do CFF