9ª edição do Boletim de Farmacovigilância da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) traz diversas informações sobre medicamentos isentos de prescrição (MIPs). A publicação aborda os benefícios dos MIPs e destaca a importância do farmacêutico nos serviços prestados à população para prevenir a automedicação. Também chamados de medicamentos de venda livre, esses produtos são indicados para aliviar sintomas de doenças leves e que apresentam baixo potencial de causar danos à saúde, quando usados adequadamente.

O informativo chama a atenção para a ocorrência de efeitos indesejados após o uso desses produtos e para os riscos de interações medicamentosas. De acordo com o que o gerente da área de farmacovilância da Anvisa, Marcelo Vogler, o trabalho de divulgação e disseminação de informações relacionadas a essa classe de medicamentos deve ser realizado junto aos profissionais de saúde, às empresas e aos pacientes. “E um grande aliado nosso no combate à prática da automedicação é justamente o profissional farmacêutico, que tem papel indispensável no momento da dispensação do medicamento, ao orientar o paciente, fornecer informações a respeito do medicamento e de práticas de saúde a serem seguidas pelo próprio usuário.”

Marcelo Vogler explica que a instituição considera essa temática prioritária pois, já há algum tempo, a prática da automedicação vem preocupando as autoridades reguladoras. “Ainda que a automedicação responsável seja reconhecida pela OMS, se ela não for feita de forma adequada, ou até mesmo com o acompanhamento de um profissional da saúde, pode acarretar alguns problemas como o surgimento de reações adversas provocadas pelo medicamento ou mesmo hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou interações com outros medicamentos. E esse medicamento isento de prescrição pode acabar interagindo, de forma prejudicial, com outros medicamentos que o paciente já faz uso”, alerta.

Além de informações sobre o mercado desses produtos no Brasil e no mundo, o boletim traz dados sobre a regulação sanitária dos MIPs, orientações relativas às embalagens e bulas, bem como recomendações para profissionais e consumidores. A publicação destaca, ainda, tanto a importância das ações de vigilância e de monitoramento dos medicamentos quanto da notificação de eventos adversos à Anvisa.

No Brasil, os casos de eventos adversos após o uso de MIPs, como náusea, enjoo, fraqueza, sonolência ou reação alérgica, entre outros, devem ser notificados por cidadãos ou profissionais de saúde. O relato do caso deve ser feito por meio do Vigimed. O sistema informatizado é de fácil e rápido acesso pela internet por meio do endereço http://portal.anvisa.gov.br/vigimed. Para acessar a publicação clique em farmacovigilância e depois em boletins.

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