Em 1º de abril entra em vigor, usualmente, a autorização para reajuste dos remédios pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O percentual autorizado para o reajuste deve ser divulgado nos próximos dias. A alta deve ficar em torno de 10% – próxima à inflação registrada no ano passado, de 10,06%. Considerando os medicamentos habitualmente mais vendidos, o maior número de pessoas impactadas estará entre aquelas com doenças crônicas como diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. Também fazem parte da lista dos mais vendidos antiinflamatórios, medicamentos para dor, febre e gripe.

Diante das incertezas econômicas, os brasileiros acabam sendo obrigados a fazer cortes no orçamento familiar, que podem alcançar inclusive itens essenciais de consumo. O secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia, Gustavo Pires, vê com preocupação essa possibilidade, especialmente no caso das pessoas com doenças crônicas. “Deixar de usar um medicamento para diabetes ou hipertensão pode causar danos irreversíveis à saúde e até a morte, sem contar a sobrecarga que essa situação gera aos sistemas de saúde.”

Neste cenário de dificuldades, Gustavo Pires apela para os gestores públicos no sentido de que priorizem o abastecimento das unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele lembra que “garantir a continuidade do tratamento dos doentes crônicos é uma forma de proporcionar saúde e qualidade de vida aos pacientes e também economia para o sistema, visto que o tratamento das complicações pela descontinuidade do tratamento pode ser extremamente oneroso”.

Gustavo reforça a importância do vínculo entre o farmacêutico e a população neste momento, visto que esses profissionais podem amparar as pessoas com humanidade e orientação técnica, auxiliando na economia na aquisição de medicamentos. Ele lista uma série de dicas simples que podem fazer a diferença no orçamento e garantir a estabilidade da condição de saúde das pessoas nesse momento difícil. Confiram abaixo:

Dicas para economizar na compra de medicamentos

Evite a automedicação! Ela pesa no bolso e prejudica a saúde. Somente use medicamentos com indicação e orientação profissional.

Para receitas emitidas no SUS, as farmácias das unidades básicas e do componente especializado, para itens de alto custo, garantem os medicamentos gratuitamente. Os farmacêuticos estão aptos a orientar o acesso.

Receitas particulares e de planos privados são aceitas em unidades do programa Farmácia Popular, a custo zero ou subsidiado.

Alguns laboratórios farmacêuticos e planos de saúde oferecem até 90% de desconto aos pacientes cadastrados. Converse com o seu farmacêutico!

Solicite ao seu médico a prescrição do medicamento pelo nome do princípio ativo. Assim, o farmacêutico pode proceder a intercambialidade pelo genérico, que é a cópia exata do medicamentos de marca.

Peça ajuda ao farmacêutico para adquirir o medicamento na quantidade exata ou mais próxima da prescrita para o tratamento, evitando sobras, que fazem mal para o bolso e para o meio ambiente.

Verifique com seu médico a possibilidade de prescrição de medicamentos manipulados. Eles são fornecidos na quantidade exata, e as farmácias também oferecem programas de descontos.

Fonte: CFF